CÓDIGO DE BARRAS
A cidade
não é o cinza, só:
- onde andará o azul das manhãs?
Que perdemos
na multidão:
as esquálidas barras do dia me fascinam
com seus códigos me falam
das vitrines:
- penso:
logo existo nos logaritmos
dos códigos de barras:
o alimento
da minha alma pura
comprando a nova
calça jeans
dos desejos que não
são meus
andando pelas ruas
não lembro do amor guardado
que prometi, só
- os esquálidos
códigos de barras
nos atravessam
e nos esquecemos
nesta multidão:
nessas luzes desta cidade, ocre
pulsamos
com os seus luminosos:
as publicidades
nos falam das pluralidades
que seremos um dia.