Contos

O PEQUENO CONTO DE UM REINO

06/12/2015 11:27
Frederico Spencer   Quatro reis Um do norte, as terras se estendiam até parte do leste da planície costeira, banhada pelo Atlântico; um do sul e dois do sudeste, que dividiam a parte mais rica daquele império. O primeiro tímido e servil, destinava sua produção e seus guerreiros em busca da...

O INVENTÁRIO

13/10/2015 13:11
FREDERICO SPENCER   Do escritório até a praça central, onde os amigos já entornavam a cerveja do dia, era um pulo. Parecia ser mais longe, devido a ansiedade em mostrar seu novo trabalho, feito às pressas, sempre vigiado pelos olhos severos do gerente. Ali em sua mão - mais um poema. Enfim...

RECHEIO DE COXINHA

24/09/2015 14:50
Frederico Spencer   Polícia descobre ossada humana enterrada no quintal de uma casa, casal e uma empregada doméstica são presos, acusados de homicídio. - Achei que devesse compartilhar com todo o mundo! Tive uma boa ideia: servi-la como recheio para as coxinhas de galinha, assim sua carne...

PARA O ALMOÇO

13/09/2015 10:51
Frederico Spencer   Pingos de sangue sobre a pia. Na faca, estilhaços da carne e o raio de sol que cinge o alumínio da manhã. Nesta manhã, o silêncio e uma dúvida: o que fazer daquele corpo que, agora em pedaços, deve ser guardado urgentemente no gelo antes que apodreça e o seu fedor exale...

O PODER DAS ARMAS

13/09/2015 10:50
Frederico Spencer   - Olha o cara! O maior carão na televisão! Fez de tudo para isto também, sejamos francos. Acho também que merecia: corri, me expus, até de bala me desviei. Ele só lá de cima, mandando ver. É o cara! Quando enfim o pegamos, ele aparece na tevê: entrando na delegacia, dando...

ESFINGE DE BARRO

13/09/2015 10:48
Frederico Spencer   De repente sentiu uma saudade profunda, que o paralisou. Pegou o calendário que estava em cima do birô, agendas antigas, cartões de visita, um álbum de fotografias. Como fosse um quebra-cabeça quis remontar o tempo de alguma forma. Por mais que tentasse não conseguia fazer...

COM BERRO E SALIVA

13/09/2015 10:47
Frederico Spencer   Vino era um menino quieto, vivia pelos cantos, não tinha lugar nas peladas de futebol. Os amigos eram poucos - viviam levando porrada dos outros da localidade. Morava num barraco com a mãe e mais cinco irmãos, dormiam e sonhavam juntos com dias melhores. Numa entrevista...

AMOR DE PLÁSTICO

13/09/2015 10:46
Frederico Spencer   Na realidade a sentia fria e distante, submissa frente às suas vontades. Estava sempre à sua espera: boca aberta, parada e nua, pouco suava. Nela o silêncio subjugava os segredos daquelas horas. Seu sofrimento era sagrado, como um túmulo, guardava dentro de si os despojos...